Projeto Bookpackers – leituras colaborativas

Não faltam estudos sublinhando a importância do ato de leitura e da leitura em voz alta, principalmente com os mais novos. Contudo, há medida que os anos passam, a leitura em voz alta acaba por não se materializar com a frequência desejada ou necessária…exceção quase única: as nossas salas de aula, com particular incidência nas aulas de línguas, seja de língua materna, seja de língua estrangeira, estando inclusivamente prevista nos parâmetros de avaliação.
Como parceiros no projeto de leitura intitulado “Bookpackers Around Europe: Inspiring journeys through past and present cultures”, do programa ERASMUS+, e sem possibilidade de concretização das mobilidades previstas, as estratégias e atividades previstas foram reformuladas.
Na sequência do trabalho em torno de contos iniciado no ano letivo transato, os alunos da nossa escola e escolas parceiras foram desafiados para leituras colaborativas, recorrendo à internet e aos seus aparelhos móveis. As estratégias delineadas são simples: preparar a leitura expressiva do texto selecionado, usar a tecnologia disponível para estimular o contacto entre parceiros, manter o projeto e alunos ativos, gravando-os a ler os contos debatidos, independentemente da localização geográfica, de modo a que todos os interessados tenham acesso ao registo áudio, muito em particular, os alunos com dificuldades visuais.
Partilhamos alguns exemplos ilustrativos da coletânea recém iniciada:
– The Last Command, de Arthur C. Clark – gravado emE@D, com 2 alunos de 9ºano, turmas A e D:


– O mesmo conto, desta feita, lido por um aluno espanhol e outro turco:


– The Gift of The Magi, de O.Henry – gravado na escola, com alunos do 9C e 9E:


– Eveline, de James Joyce – gravado em E@D, com alunos do 9º ano, turmas A e D:


– Tuesday Siesta, de Gabriel Garcia Marquez, gravado em E@D, com alunos do 7D, 9E, uma aluna polaca e outra turca


Outros exemplos ainda:
– Leitura de conto do projeto submetida para avaliação por aluna do 9C, desta feita, House Taken Over, de Julio Cortazar


– Leitura colaborativa de um excerto de uma obra selecionada por alunas do 7ºD, da coleção “O Colégio das Quatro Torres”, de Enid Blyton – este extra projeto Bookpackers, o que ilustra o facto de que as leituras podem e devem ser da escolha dos discentes e não impostas, mais a mais, quando são usadas como elemento de avaliação.


Tendo em conta que estes podcasts são mais um recurso, em Inglês, não só para o já referido projeto europeu, mas acima de tudo, para partilha e fruição, em qualquer momento, e em qualquer lugar, será dada continuidade a esta iniciativa que pretende, simultaneamente, promover o gosto pela literatura e pela leitura em voz alta. Acreditamos que os contos gravados são exemplos perfeitos de como a tecnologia pode ser usada para propiciar momentos memoráveis, partilhas únicas, replicáveis, e que se podem estender a qualquer sala de aula.
Recordamos, pois, que os projetos europeus desenvolvem a autonomia no aluno e operacionalizam a flexibilidade curricular, proporcionando excelentes oportunidades e ferramentas educativas ao serviço das aprendizagens a efetuar, como estipulado nos documentos estruturantes, nomeadamente no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Importa ainda referir que o desenvolvimento de projetos, preferencialmente interdisciplinares, promove a Educação Inclusiva, respeitando a diversidade de necessidades e potencialidades de todo e qualquer aluno, e está subjacente aos objetivos preconizados na Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania.
No caso do projeto Bookpackers supracitado, a gravação de leitura em voz alta representa uma mais-valia para o desenvolvimento das competências dos domínios da oralidade e da leitura, que constam do Currículo da disciplina de Inglês e, por conseguinte, são objeto de avaliação, já que requere, por parte do aluno, todo um trabalho prévio desde a semântica à prosódia. Refira-se que as leituras colaborativas obedecem a uma preparação antecipada, em reuniões por videoconferência, em que se esclarecem dúvidas quanto ao significado das palavras, à pronúncia, à entoação e ao ritmo corretos. Deste modo, a articulação entre o trabalho de projeto e o currículo da disciplina torna-se, não só efetiva, como se reveste de grande pertinência em prol da competência linguística do aluno, contemplada no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas e nos diferentes documentos que norteiam o ensino das línguas estrangeiras.